Desconectar nas Férias: Um ato de coragem nos tempos de hoje
- Carla FERREIRA
- 3 de ago.
- 3 min de leitura
Atualizado: 6 de ago.

As férias já ficaram pra trás, e passaram num piscar de olhos… Mas deixaram aquela saudade boa, que aquece o peito. Foram 15 dias de pausa real, descanso de corpo e alma, e um tempo precioso com a minha família, daqueles que fazem a gente respirar fundo e repensar a vida toda.
Mas essas não foram férias comuns. Foram férias com F maiúsculo: vividas com um novo olhar, depois de meses intensos e emocionais dignos de montanha-russa.
Quando a vida te obriga a frear
Sabe aquele momento em que o universo te manda sinais (ou gritos!) pedindo pra você parar? Pois é, eu recebi os meus. E, pela primeira vez, aceitei o convite de verdade. Tirei os apps do trabalho do celular, silenciei notificações e mergulhei no presente com as duas mãos. E olha, não foi fácil no começo. Mas foi libertador.
Millennials e o vício em estar sempre online
Se você, como eu, é da geração que cresceu ouvindo que precisa dar conta de tudo, talvez se identifique com isso: Você sai de férias, mas não desconecta. Responde mensagens escondida, checa e-mail no banheiro do restaurante, resolve pepino no meio do passeio com as crianças. Não é exagero. Tem pesquisa que mostra esse comportamento entre nós, millennials:
65% dizem que é quase impossível se desligar totalmente do trabalho;
43% são considerados work martyrs, ou seja, preferem abrir mão das férias pra mostrar comprometimento;
37% admitem fazer o tal do quiet vacationing, trabalhar escondido durante a folga;
58% sentem culpa ao tirar o tão merecido descanso
54% continuam trabalhando mesmo durante o período de folga.
Por que a gente faz isso com a gente mesma?
Porque crescemos dentro de uma cultura que glorifica a produtividade, o "hustle", o status de estar sempre ocupada. E aí, desconectar parece errado. Parece preguiça. Parece fracasso. Mas não é. É sobrevivência emocional. Desconectar é autocuidado. É saúde. É escolher estar presente, de verdade, com quem a gente ama. E, amiga, isso vale ouro.
Eu era a rainha do "só vou responder rapidinho"
Juro. Trabalhava disfarçada nas férias achando que estava “ganhando tempo”. Mas, na real, só estava perdendo momentos preciosos. E a maternidade me escancarou isso. Tentei ser 100% no trabalho e 100% com a minha filha e, adivinha? Fiquei 50% em cada. Maluca, cansada e culpada. A conta não fecha. Foi aí que comecei a fazer pequenos testes:
Apaguei todos os apps de trabalho do celular;
Criei um número exclusivo de WhatsApp só pra parte profissional;
E (surreal!) esqueci o celular em casa algumas vezes e sobrevivi!
A vida não para, mas a gente pode (e deve)
Essas férias me ensinaram algo poderoso: não é sobre largar tudo. É sobre decidir onde a sua atenção vai estar. A minha foi pro café da manhã preguiçoso, pras brincadeiras sem pressa, pro pôr do sol visto do chão, para os roteiros sem programação. E sabe o que eu ganhei? Uma versão minha mais leve, criativa e inteira. A produtividade voltou renovada porque eu me respeitei.
Se você está pedindo um respiro… ouça esse pedido
Desconectar não é luxo. É necessidade. É reconexão com a vida real. Não precisa ser uma viagem cara, nem um sabático de 6 meses. Às vezes, é deixar o celular no quarto e brincar de casinha com sua filha, ir ao mercado sem responder e-mail. É dizer “não” pra mais uma reunião fora do horário.
E o trabalho? Ele vai estar lá quando você voltar.
Se tiver mudanças? Tudo bem, a vida é feita de ciclos e você não controla tudo (spoiler importante, viu?).
No fim das contas, é só um trabalho. Mesmo que pague suas contas, sempre existem outras portas, outros caminhos e o seu tempo continua sendo seu bem mais precioso.
Confie em você (e viva o agora)
Você não é o seu crachá, você é a coragem de continuar mesmo quando o caminho muda.
Então se permita respirar. Se permita viver de verdade. Porque, no fim das contas, a vida não acontece no e-mail, mas sim no café da manhã bagunçado, na risada boba do seu filho, no abraço sem hora pra acabar.
Agora, vamos voltar com leveza, presença e a confiança de que merecemos coisas incríveis!
Comments