Você não precisa controlar tudo!

🌿Como se desconectar para viver melhor ?

Recentemente, esse foi um dos temas da minha terapia. O quanto a gente tenta controlar o tempo, os imprevistos, as emoções alheias... até o silêncio de alguém a gente tenta interpretar e administrar.

Vivemos no piloto automático de querer prever tudo, corrigir tudo, resolver tudo. Mas esse controle constante cansa, gera ansiedade e nos desconecta da própria vida.

A verdade é simples (e difícil): a vida não quer ser controlada, ela quer ser vivida.

O que a ciência diz sobre isso?

Estudos de psicologia e neurociência mostram que a necessidade excessiva de controle está ligada à ansiedade e ao medo do desconhecido. Quando achamos que temos controle absoluto, estamos só alimentando uma falsa sensação de segurança.

Em contrapartida, pessoas que desenvolvem flexibilidade emocional e aprendem a aceitar a incerteza relatam menos estresse, mais criatividade e mais presença.

No meu caso, precisei literalmente parar e (re)organizar a casinha interna. O excesso de controle estava me deixando sem ar, sem pausa, sem presença. Percebi isso em um momento simples, mas simbólico: quando eu sentava para brincar com a minha filha, meu corpo estava ali, mas minha mente não. Pensava na próxima tarefa, no que deixei de fazer, no que ainda precisava resolver. À noite, mesmo deitada, minha cabeça seguia ativa, revisando uma lista imaginária interminável, cheia de pendências e culpa.

Foi nesse ponto que eu entendi: o controle que eu tanto valorizava estava me desconectando da vida que eu queria viver e não, não foi do dia para a noite. Também não posso dizer que está tudo resolvido ainda estou no processo. Tem dias em que tudo parece fluir e eu consigo estar mais presente. E tem outros em que me vejo de novo presa na rotina, tentando controlar tudo, me cobrando demais. É um vai e volta. Mas, dessa vez, com mais consciência.

Revisitei o que realmente me fazia bem aquelas coisas simples que, por algum motivo, eu deixei pelo caminho. Comecei a buscar novas formas de me desconectar. Passei uma semana na roça, fazendo o que eu fazia quando era criança: sem notificações, sem pressa, sem checklist. Só eu, o mato, o cheiro do café no terreiro e o tempo passando do jeito que deveria, devagar.

Foi ali que eu lembrei: desconectar não precisa ser complexo. Só precisa ser real. Sentir o vento no rosto na caçamba de uma caminhonete. Observar o processo de secagem do café, como quem vê um espetáculo acontecer lentamente. Ouvir histórias diferentes, falar de outras coisas. Ter aquele bom e velho "dedim de prosa" que aquece mais que o sol do interior.

Quando a internet cai, quando você olha um belo horizonte em sua frente, quando o simples realmente te completa é bom demais.

E claro, que separei algumas dicas que minha terapeuta me passou, que aos poucos coloco em prática:

5 dicas reais para soltar o controle e viver com mais leveza:

1. Pratique o "basta por hoje"

Nem tudo precisa ser resolvido agora. Nem toda meta precisa ser alcançada essa semana. Dê permissão a si mesma para encerrar o dia com o que foi possível.

2. Troque o "checklist" pelo "do que gostei hoje?"

Registrar sensações, momentos e pequenas alegrias é tão poderoso quanto marcar tarefas concluídas.

3. Respire. Literalmente. (mozão sempre me fala isso)

Parece clichê, mas parar por 2 minutos, fechar os olhos e focar na respiração ativa o sistema nervoso parassimpático, que reduz o cortisol (hormônio do estresse).

4. Desligue o celular por no mínimo 1 hora por dia

Não é sobre detox digital radical, é sobre lembrar quem você é sem a tela. Ouça uma música, lave a louça, caminhe, sem rolar feed.

5. Permita-se errar e improvisar

O imprevisto é onde a vida acontece. Abrace o caos de vez em quando. Nem tudo precisa ter plano A, B e C.

Desconectar é recomeçar

Hoje, quando me sinto sobrecarregada, lembro que nem tudo está sob o meu comando — e tudo bem.

Desconectar, no fundo, é isso: deixar o mundo girar sem a sua supervisão.

A vida não é uma planilha. E talvez o maior gesto de autocuidado seja descontrolar com carinho.

E você? Como tem se desconectado?